domingo, 9 de outubro de 2011

Mudança para Suécia

Entre caixas e coisas mil - o processo
by Loide Branco




 " A essência das coisas"
É necessário deixar amadurecer as coisas para extrair delas a quinta-essência.
Habitue-se a definir, descrever, ver, nomear, avaliar, experimentar...isso ajudá-lo -á a tomar consciência do supérfluo. Lance um olhar de míope à maior parte das coisas, para que nem a sua qualidade nem o seu valor lhe escapem. E, portanto, também não a sua mediocridade e inutilidade.
Afaste-se da imagem delas e veja o que realmente lhe trazem.
A essência unifica e encerra  tudo em si própria: uma estrela da manhã por entre a bruma, o sol que brilha, um bule que se assemelha a um bule, não a um elefante, como o que uma criança teria desenhado...mas atenção: quanto mais as coisas são simples, maior deve ser a sua qualidade." A Arte da Simplicidade" de Dominique Loreau

Entre as muitas caixas que estou arrumando, organizando, e  o tempo que dedico a divagações, esse pequeno trecho me fez pensar realmente na importância e  necessidade de amadurecer as coisas, pensá-las e dar o seu devido tempo, porque não adianta agirmos com rapidez em busca de resultados imediatos pois muitas vezes tais resultados não são os que estamos a procura  por isso, temos que ter paciência para podermos assimilar o  significado, tomar consciência do supérfluo e muitas vezes lançar esse olhar míope...como é difícil.


Lembro-me ainda quando "eu era míope" e não enxergava bem as coisas a curta distância quem dirá à longa e eu tinha aquele desejo de poder ver melhor e quem sofre ou sofreu do mesmo problema sabe do que estou falando; anos depois fiz a cirurgia de miopia e passei a ver o mundo mais colorido, as pequemas coisas explodiam a minha frente  sem eu ter que me esforçar para vê-las e a distância deixou de ser um problema, contudo, parece-me que ter o olhar um tanto míope nos faz apurar melhor aquilo que é o objeto de nossa apreciação, nos faz querer aproximá-lo,  identificar e perceber melhor do que se trata.


E agora que estou empacotando as minhas coisas e fico olhando para os objetos e vendo sua utilidade, e qual o destino que terão na casa nova, o por quê de não querer me desfazer de coisas que não tem utilidade tais como uma porção de sacolas de supermercado, vidros de conserva,  o por quê de juntar tantas coisas desnecessárias, tem feito com que eu pense e amadureça em mim o aprender a desfazer-se do inútil. Tudo se torna um processo uma lição a ser praticada diariamente.


Mas ontém com a ajuda de meu filho, jogamos muitas coisas inúteis fora, tudo que entulhava meu caminho, minha visão, foi-se! E que alívio e sensação de liberdade, de espaço, que não precisa ser entulhado outra vez pelo simples prazer de se olhar o vazio e sentir-se feliz com a conquista.


Quero me desfazer de muitas outras coisas mais, uma faxina na casa, na vida, nos sentimentos, uma reciclagem em tudo enfim que me rodeia.


Por isso ontém, em casa com meu filho, enquanto nós dois jogávamos fora as coisas, aliás, ele se prontificou a fazer enquanto eu resolvi fazer nossa janta e  um bolo mármore com calda de chocolate bem colorido para sentir aquele cheirinho do bolo feito em casa que a muito não sentia, para resgatar aquela felicidade que se tem quando se é criança, do sentimento de aconchego, de bem estar e foi muito bom mesmo porque muitas vezes temos vontade de fazer coisas simples e não fazemos porque não temos tempo, porque deixamos para depois, mas precisamos aprender a nos dar esses pequenos luxos porque simplesmente nos trazem felicidade.





Bom domingo a todos!!! :-)

Um comentário:

  1. è isso aí cherie!!! Praticando o desapego!!!!As vezes eu jogo uma coisa fora pelo simples fato dela não me trazer boas lembranças.
    Eu conheço essa sacola cheia de saco de supermercado!!!! kkkkkk
    Aproveitemos! falta pouco!!!!

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