sábado, 9 de julho de 2011

   
Hoje  
by Loide  
           O meu dia começou com rosas graças ao Jon. O cheiro suave das pétalas e o seu colorido simplesmente nos enche a alma de tranquilidade. O mesmo sentimento que tive quando li o livro o Aleph de Paulo Coelho, trouxe-me uma paz ler suas palavras e embarcar nessa viagem que é a nossa vida e começar tudo de novo, viver novas experiências, relacionar-se com as pessoas e o mundo em busca de si mesmo.
              Abaixo um pequeno trecho retirado do livro.
  "Viver é experimentar, e não ficar a pensar no sentido da vida.
É evidente que nem todas as pessoass precisam de atravessar a Ásia ou de andar pelo Caminho de Santiago. (...)
             Mas eu nasci peregrino. Mesmo quando sinto uma imensa preguiça, ou saudades de casa, depois de dar o primeiro passo, sou arrebatado pelo sentido da viagem.
              Na estação de Yaroslavl, ao caminhar em direcção à plataforma 5, dou-me conta de que jamais poderei chegar aonde quero se ficar sempre no mesmo sítio. Só consigo conversar com a minha alma quando estamos nos desertos, nas cidades, nas montanhas, nas estradas."  (O Aleph de Paulo Coelho)

             

Vida de Estudante de Coimbra I

Vida de Estudante
by Loide Branco




Nem parece que já se passaram 5 anos desde que aportei nas terras Lusitanas...foi em finais de abril de 2006 que aqui cheguei sem saber muito bem para onde ir.
O ano escolar estava praticamente ao fim e nos dias que se seguiram fiquei sabendo que teríamos a Festa das Fitas e que portanto teríamos uma semana de comemorações e também a formatura dos novos doutores. Na verdade eu não sabia o que era a Festa das Fitas.
Acontece que a vida de estudante de Coimbra é permeada por tradições que começam desde a sua admissão no curso pretendido até ao final do mesmo. O que para nós, vindo das terras tupiniquins faz mais ou menos sentido. Os alunos usam seu uniforme com orgulho na época das Festas das Latas e das Fitas mas também o podem fazer em dias normais. A cidade e a economia local sobrevive graças aos estudantes que trazem vida e recursos para a cidade.


         Em poucas palavras, para ser estudante em Coimbra primeiro você tem que ser "caloiro". As aulas começam em meados de Setembro e em finais de Outubro temos a Festa das Latas que é como uma sátira a Festa das Fitas dos alunos finalistas de curso, os novos alunos são fantasiados com as cores de seu curso e desfilam pelas ruas de Coimbra num cortejo acompanhados dos seus padrinhos, carregam pinicos coloridos, tem que pedir dinheiro e depois serão batizados nas águas do Rio Mondego. É bem divertido, há muita alegria e também muita bebedeira. A cada ano o estudante vai participando das tradições e com isso melhorando seu "status" se assim posso dizer.
Já na Festa das Fitas tudo se passa de maneira diferente. Começa normalmente no início do mês de Maio. A abertura é feita com uma serenata à meia noite na Sé Velha onde todos os estudantes comparecem envergando seus uniformes para ouvir o fado.  Neste dia os novos estudantes podem usar pela primeira vez seus uniformes. Durante a serenata o padrinho irá "traçar a capa" ou seja irá pegar um lado da capa e passar sobre o ombro do novo estudante.
Depois da serenata seguem os convívios que são festas que vão pela noite a fora.
A Festa das Fitas dura normalmente uma semana e nesses dias vários eventos acontecem ou seja, O Cortejo, que é uma espécie de desfile na rua onde todos os estudantes que irão se formar naquele ano irão desfilar nos carros alegóricos, com seus uniformes enfeitados com fitas nas cores de seu curso, há também a bênção das pastas na Igreja da Sé Nova, há a Garraiada em que os estudantes vão à Figueira da Foz numa arena de touros, há também o baile de formatura, o chá dançante, jantares com os amigos, shows, enfim é uma semana muito festiva, cheia de atrações para todos.
O que se segue depois da semana da Festa das Fitas são as múltiplas e exaustivas aulas finais e em seguida uma bateria de exames que começam em junho e depois vem a época de recurso em julho. 
Poder participar e viver todas essas experiências foi uma época muito alegre e de descobertas. Ser estudante em Coimbra é uma experiência e tanto em todos os sentidos imagináveis e também inimagináveis. 








         

Livros

     Uma parada para os livros
    by Loide Branco
  
    Sempre fui uma leitora assídua e compulsiva. Adoro ler e leio de tudo porque os livros para mim são uma excelente companhia. 
 Os livros além de conhecimento, informação e cultura preenchem minha vida de uma forma singular pois sinto-me tranquila e os "vários vazios interiores" que por vezes teimam em aparecer se assim posso dizer, acabam por serem preenchidos com uma nova história.
     Acontece que nos últimos 5 anos minha leitura "básica" e por um imperativo de sobrevivência aos exames da faculdade esteve reduzida aos manuais de Direito que diga-se de passagem ocupam grande parte do meu tempo livre.
      Mas depois dos últimos exames resolvi "dar um tempinho para os neurônios" voltarem ao normal e resolvi ler coisas amenas tais como livros de receitas culinárias que são despretenciosos e ideais para mães que como eu tem filhos jovens que ficam nos perguntando: "o que tem para comer hoje???" e bom os meus livros eleitos  foram: Pizza e Co....nossa quanta receita fácil e Cozinha O Coração da Casa da Nigela que também trás muitas receitas legais além do que gosto muito do estilo dela...
   Acontece que meu querido marido em sua última viagem resolveu me fazer uma surpresa e trouxe dois livros:

Nada mal para uma amante da leitura...acontece que o primeiro tem 831 páginas e o segundo 502....devo dizer que ele levou muito a sério a minha paixão pela leitura...mas a verdade é que comecei a ler "The Clan of The Cave Bear" a história é bem interessante. É sobre a jornada de Ayla uma menina de 5 anos que após um terremoto fica órfã e depois é adotada por um clã um grupo de neandertais. É muito interessante a leitura porque nos transporta para aquele passado distante reconstruído de forma tão criativa pelo autor e você realmente se vê naquela floresta, naquelas condições e também com as mesmas indagações pelo desconhecido. É uma leitura cativante e uma vez que se começa a ler fica difícil parar. :-) Can't stop reading!!!!!! :-))))))






sexta-feira, 8 de julho de 2011

Mudança


   


    Às vezes eu me pergunto como eu..uma pessoa que não gosta de mudanças, que gosta de ver as coisas exatamente no seu mesmo lugar....como posso mudar tanto de lugar???
     Nos últimos dez anos têm sido assim, uma hora aqui outra ali mas confesso que é cansativo.
     Tive que fazer um inventário de tudo que tenho em casa para poder enviar para as transportadoras...aqui em Portugal há várias: A Pack and Go por exemplo, a AGS que é a que estou tratando para fazer a minha mudança...e outras mais..
     Já solicitei um orçamento resta ver no que dará por enquanto vou pensando em um dia após o outro.
     

Visto para a Suécia - passos essenciais

Visto e burocracias.....
by Loide Branco



          Tomar a decisão de morar em um país distante nem sempre é uma escolha fácil, muitas vezes não sabemos por onde começar. Contudo ao contrário de décadas atrás que não tínhamos o suporte da internete, tudo era muito difícil o caminho era árduo. Hoje com o acesso (graças a Deus!!!!) mais fácil e a mão de qualquer pessoa, essa tarefa torna-se menos penosa.

          Se você mora no Brasil, não fala inglês recomendo que visite o site da embaixada suéca: http://www.swedenabroad.com neste site por exemplo basta procurar o seu Estado na lista e verificar qual o endereço mais próximo para que você encontre todas as informações necessárias.

          Se por outro lado, você já mora na Europa (meu caso) e precisa de informações específicas tais como: vivo em união de fato com uma pessoa de outra nacionalidade, se preciso de visto, se vou mudar e levar filhos, etc. O site www.migrationsverket.se é muito útil o problema é que está em inglês. Existe a possibilidade de ler em outros idiomas por exemplo o espanhol só que infelizmente não há o português.
            Posso contudo dizer a grosso modo que primeiramente para viajar você irá precisar do seu passaporte se não o têm, precisará ir até a página da Polícia Federal, pagar no Banco do Brasil uma taxa GRU e depois deverá agendar um horário pela net para poder pegar o seu passaporte. Recomendo fazê-lo com bastante antecedência.
          De posse do seu passaporte você deverá então ver a lista de exigências para a concessão do visto por parte das autoridades competentes. Normalmente para se entrar na União Europeia as exigências são as mesmas: seguro de saúde, prova de meios de subsistência, endereço de onde irá morar, antecedentes criminais, atestado de saúde. Pode ser que solicitem que você reconheça assinatura da autoridade que o emitiu, caso da declaração de antecedentes criminais.
          Se você pretende estudar fora convém traduzir todos os seus documentos para o inglês através de um tradutor juramentado e também deverá reconhecer a assinatura dos seus documentos através do Ministério das Relações Exteriores. Todas essas informações você encontrará mais detalhadamente na net.
          
         Recomendo também ler os vários blogs de brasileiros que vivem por lá porque sempre tem muita informação prática. As pessoas geralmente têm preguiça de ler e querem tudo a mão mas o melhor caminho é sempre você ir procurando as informações que lhe são mais relevantes para ir se familiarizando com o sistema e as diversas etapas.
          Não espere pelos outros, erga as mangas e vá a luta.
          Seja organizado, faça listas e escreva tudo numa pequena agenda...resulta!!! :-)




          

tea time

                                    by Loide Branco

     Quem não gosta de beber uma boa chávena de chá bem quentinho com um aroma de flores delicadas? dizem que o chá é a segunda bebida mais tomada e o seu uso remonta a muitos séculos...os japoneses e chineses que o digam. Para estes não é apenas uma cerimônia mas também uma filosofia de vida. 
   Lendo mais sobre o assunto aqui pela net em um passado muito distante os japoneses já usavam o chá como remédio e com o tempo passou a ser tomado pelo imperador e seus nobres.
 Hoje trata-se de uma arte que exige uma concentração especial nos movimentos, gestos e postura. O que se pretende é elevar a percepção da beleza e da paz espiritual da vida cotidiana é como se estivesse meditando e não um simples ato de tomar o chá. Exitem também quatro princípios básicos para os japoneses: harmonia, respeito, pureza e tranquilidade. De uma forma simples: a harmonia significa estar livre das pretensões e nunca esquecer a atitude de humildade para com os convidados. O respeito é a sinceridade do coração. A pureza é encontrada no simples ato de limpeza e torna-se parte da reunião do chá e por fim a tranquilidade que é um conceito estético próprio da cerimônia adquirido com a prática dos movimentos básicos. 
 Sem contar que todos reconhecemos o poder inegavel de suas propriedades medicinais e cura.
   E também não podemos nos esquecer do "tea time" inglês.
   Mas, voltando aqui para os meus botões e para a minha vidinha eu particularmente gosto de beber meu chá se possível todos os dias, naquelas horas inusitadas em que preciso dar uma pausa e respirar fundo, aquele momento que você precisa estar só e sem muitas cerimônias...
 
                                                 
 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Albufeira - Algarve

                                                                       Mar azul









   O verão chega e tudo que pensamos é em praia, mar azul, boa comida, e dias de muita preguiça....o único lugar que me vem a cabeça é justamente Albufeira, um lugar lindo que reúne tudo: um mar azul, calor, boa comida e para os amantes de uma vida noturna agitada há também muito a aproveitar..eu por mim ja fico feliz em estar na praia, observando o movimento, as pessoas, e as belezas naturais...tudo isso enquanto ainda posso, afinal em breve estarei na Suécia e com certeza a minha definição de verão irá com certeza mudar!!!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Coimbra

                                              Indo para a baixa
                                                   o pôr-do-sol

                                               Vista do Rio Mondego

                                                 Restaurante Itália
                                                     

algumas coisas sobre mim


   
As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
                                   Carlos Drumond de Andrade

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
                           Pablo Neruda
Uma coisa sobre mim...é o Jon...estamos juntos por uma década...


Coisas que gosto I - poesias

   Os amigos sempre nos mostram algo de bom...e nunca vou esquecer o dia que minha amiga Ângela me emprestou a sua coleção de Cora Coralina e eu simplesmente adorei ler a sua obra e saber de sua vida. Aí vai mais um pouquinho...


CORA CORALINA

Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na casa que pertencia à sua família há cerca de um século, e que se tornaria o museu que hoje reconta sua história. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e Jacita Luiza do Couto Brandão, Cora, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto (seu nome de batismo), cursou apenas as primeiras letras com mestra Silvina e já aos 14 anos escreveu seus primeiros contos e poemas. "Tragédia na Roça" foi seu primeiro conto publicado.
Em 1910 casou-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas e foi morar em Jabuticabal, interior de São Paulo, onde nasceram e foram criados seus seis filhos. Só voltou a viver em Goiás em 1956, mais de vinte anos depois de ficar viúva e já produzindo sua obra definitiva. O reencontro de Cora com a cidade e as histórias de sua formação alavancou seu espírito criativo.
Cora Coralina faleceu em Goiânia, a 10 de abril de 1985. Logo após sua morte, seus amigos e parentes uniram-se para criar a Casa de Coralina, que mantém um museu com objetos da escritora.
ANTIGUIDADES

Quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima.


Era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.
Pesado, grosso, pastoso.
(Por sinal que muito ruim.)


Eu era menina em crescimento.
Gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
que me parecia tão bom
e tão gostoso.


A gente mandona lá de casa
cortava aquele bolo
com importância.
Com atenção. Seriamente.
Eu presente.
Com vontade de comer o bolo todo.


Era só olhos e boca e desejo
daquele bolo inteiro.
Minha irmã mais velha
governava. Regrava.
Me dava uma fatia,
tão fina, tão delgada...
E fatias iguais às outras manas.
E que ninguém pedisse mais !
E o bolo inteiro,
quase intangível,
se guardava bem guardado,
com cuidado,
num armário, alto, fechado,
impossível.


Era aquilo, uma coisa de respeito.
Não pra ser comido
assim, sem mais nem menos.
Destinava-se às visitas da noite,
certas ou imprevistas.
Detestadas da meninada.


Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.
A gente grande da casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação.


Por dá-cá-aquela-palha,
ralhos e beliscão.
Palmatória e chineladas
não faltavam.
Quando não,
sentada no canto de castigo
fazendo trancinhas,
amarrando abrolhos.
"Tomando propósito".
Expressão muito corrente e pedagógica.


Aquela gente antiga,
passadiça, era assim:
severa, ralhadeira.


Não poupava as crianças.
Mas, as visitas...
- Valha-me Deus !...
As visitas...
Como eram queridas,
recebidas, estimadas,
conceituadas, agradadas !


Era gente superenjoada.
Solene, empertigada.
De velhas conversas
que davam sono.
Antiguidades...


Até os nomes, que não se percam:
D. Aninha com Seu Quinquim.
D. Milécia, sempre às voltas
com receitas de bolo, assuntos
de licores e pudins.
D. Benedita com sua filha Lili.
D. Benedita - alta, magrinha.
Lili - baixota, gordinha.
Puxava de uma perna e fazia crochê.
E, diziam dela línguas viperinas:
"- Lili é a bengala de D. Benedita".
Mestre Quina, D. Luisalves,
Saninha de Bili, Sá Mônica.
Gente do Cônego, Padre Pio.


D. Joaquina Amâncio...
Dessa então me lembro bem.
Era amiga do peito de minha bisavó.
Aparecia em nossa casa
quando o relógio dos frades
tinha já marcado 9 horas
e a corneta do quartel, tocado silêncio.
E só se ia quando o galo cantava.


O pessoal da casa,
como era de bom-tom,
se revezava fazendo sala.
Rendidos de sono, davam o fora.
No fim, só ficava mesmo, firme,
minha bisavó.


D. Joaquina era uma velha
grossa, rombuda, aparatosa.
Esquisita.
Demorona.
Cega de um olho.
Gostava de flores e de vestido novo.
Tinha seu dinheiro de contado.
Grossas contas de ouro
no pescoço.


Anéis pelos dedos.
Bichas nas orelhas.
Pitava na palha.
Cheirava rapé.
E era de Paracatu.
O sobrinho que a acompanhava,
enquanto a tia conversava
contando "causos" infindáveis,
dormia estirado
no banco da varanda.
Eu fazia força de ficar acordada
esperando a descida certa
do bolo
encerrado no armário alto.
E quando este aparecia,
vencida pelo sono já dormia.
E sonhava com o imenso armário
cheio de grandes bolos
ao meu alcance.


De manhã cedo
quando acordava,
estremunhada,
com a boca amarga,
- ai de mim -
via com tristeza,
sobre a mesa:
xícaras sujas de café,
pontas queimadas de cigarro.
O prato vazio, onde esteve o bolo,
e um cheiro enjoado de rapé.

Autora: Cora Coralina
  www.velhosamigos.com.br

Com passos ainda tímidos vou seguindo...ainda não cheguei!


   Pois é, ainda não cheguei na Suécia... :-)

   Estou naquela fase um tanto chata que é a mudança, as burocracias a serem cumpridas, as inúmeras procuras de absolutamente tudo, e tudo é tudo mesmo: informações quanto aos costumes locais, a escola para o filho, a candidatura do mestrado, o curso de suéco, e a fatídica e entediante procura de um apartamento... o sistema de transporte, de saúde....nossa quanta coisa!!!!

   A minha sorte é que navegando pela net encontrei vários blogs e literalmente "devorei" todas as informações úteis e impressões vividas pelos conterrâneos e também outros estrangeiros que já lá estão.

   Realmente ajuda muito porque ler os vários websites, comprar livros de turismo nunca se compara com as experiências das pessoas, sejam elas boas ou más.

  Não é a primeira vez que saio do Brasil...aliás eu sou um pouco cigana e no momento um pouco sem "identidade" e lendo o blog da "Borboleta pequenina Somniando na Suécia" faço de suas palavras e inquietações as minhas...

   Desde 2000 que venho "caminhando" a princípio a razão foi a busca de oportunidades de vida, conhecer novas culturas, o velho sonho de aprender inglês na terra da rainha...então vivi por uns tempos em Londres, lá conheci meu marido que é norueguês, na época passei um natal em Stavanger e confesso que gostei....mas depois voltei pra minha vida em Londres, para o trabalho, os estudos....

   Em 2003 decidimos morar no Brasil, no Rio de Janeiro e precisamente em Rio das Ostras....era bom acordar com o som das ondas, os dias ensolarados, a vida pacata de uma cidade pequenina...lá meus filhos passaram os melhores momentos de meninice, eu aprendi a andar de bicicleta finalmente, tive aulas de artesanato, pintura em tecido, crochê com as as senhoras do centro cultural de Rio das Ostras, foram dias felizes mas um tanto difíceis também pois vivi toda a minha vida em São Paulo (sou nascida em Fortaleza e quando pequena mudamos para São Paulo), depois mudei para Londres, então minha vida ficou um pouco parada eu estava um pouco deprimida queria continuar os estudos, preencher meu lado profissional. Enfim, são tantas as coisas a dizer...mas aos poucos vamos revelando..

   No início de 2004 entro então para o curso de Direito no Instituto IMA que agora, diga-se, já não é mais. Faço novas amizades, adquiro conhecimentos, oportunidades. Estudei 2 anos nessa faculdade e em 2006 decidimos retornar para a Europa o plano inicial era a Noruega, terra natal de Jon mas devido ao meu curso achei que seria melhor eu tentar fazê-lo em um país cuja língua fosse mais acessível e dessa forma eu poderia concluir mais rápido (ledo engano) então me candidatei para a Universidade de Coimbra, a qual fui aceita.

   Desde então temos estado aqui em Coimbra-Portugal e tem sido uma experiência e tanto...se é que posso dizer...outra hora falo mais...

   Mas agora chegou o momento de "partir" novamente e fixar as raízes, enfim, chega de ficar para lá e para cá..."sem rumo, sem direção, sem lenço sem documento"...

   Irei candidatar-me para o mestrado em Lund na Suécia e estamos fazendo todos os preparativos para que esta mudança corra bem...meu marido já viveu na Suécia anos atrás e para ele não será difícil estar por lá..afinal também é viking...para mim e para o meu filho (um deles porque o outro está em São Paulo) será uma verdadeira aventura a princípio, pois lá vou eu de novo aprender uma nova língua...mas no fundo eu gosto de toda essa experiência, gosto da diversidade.

   Na verdade o lar da gente pode ser em qualquer lugar desde que tenhamos nossa família conosco e que estejamos felizes.

   A vida é o que é, temos nossos sonhos que ficam guardados em pequenas caixinhas vamos abrindo uma a uma a seu devido tempo e aos poucos aprendemos um pouco mais e enriquecemos nossas vidas a medida que novos ciclos recomeçam. Cada um sabe até onde pode ir e vamos contando com ajuda divina e a proteção dos anjos.
   
   Hoje fico por aqui....




   

Não Sei..

NÃO SEI...

Não sei... se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.
Autora: Cora Coralina
Claude Monet