terça-feira, 29 de novembro de 2011

Profissão-Mulher-Carreira-Família

Uma tendência ou uma realidade que veio para ficar?
by Loide Branco




Há algum tempo atrás não faz muito, era difícil para muitas pessoas sejam elas mulheres ou homens, partirem para uma carreira solo, sair do emprego convencional e  as razões eram e são muitas e  persistem nos nossos dias não as podemos negar.

Contudo, os tempos mudaram, as exigências da vida pessoal e profissional precisam ser harmonizadas e mais e mais as mulheres (graças a Deus!!!) se profissionalizam mas também não esquecem a família, os filhos e a importância de acompanhar o crescimento destes.

Muitas mulheres tiveram que reinventar suas profissões, seus lugares de trabalho, suas vidas, e acredito que essa realidade não é apenas uma tendência, veio para ficar, veio para abrir um novo mundo de possibilidades.

Quando encontrei essa matéria na Revista Você S/A (que por acaso virei leitora quase que assídua), achei muito interessante e pertinente resolvi copiá-la aqui no blog, espero que também goste e que seja útil.



Vida de frila

Elas conquistaram a liberdade de administrar o próprio tempo, mas precisam conviver com as demandas eternamente inconstantes desse tipo de opção profissional

Claudia Miranda


Crédito: Christian Parente
Aprendendo a dar limites - Adriana Bernardi - Crédito: Christian Parente 


Trabalhar em casa, não ter mais chefe, ficar perto dos filhos. São vários os motivos que levam as mulheres, em diferentes áreas de atuação, a optar pela vida de freelancer. Por um lado, conquistar a liberdade de administrar o próprio tempo não tem preço. Por outro, é necessário boa dose de disciplina e equilíbrio emocional para lidar com uma vida profissional cheia de altos e baixos. 

Sim, ser frila é aprender a viver alternando meses de altos rendimentos, muito trabalho e pressão dos clientes com fases em que não se tem praticamente nada para fazer. De acordo com a economista Regina Madalozzo, professsora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), de São Paulo, a migração da vida corporativa para a vida de frila normalmente é precedida de negociação com as empresas em busca de um horário mais flexível. 

Quando não é possível e a angústia em relação à agenda pessoal cresce, muitas mulheres, que não querem virar empreendedoras, terminam optando por se tornar freelancer, trabalhando por projetos. "O que não quer dizer que vão trabalhar menos, mas que terão mais flexibilidade", diz Regina.

PURA ORGANIZAÇÃO
Engana-se quem encara essa decisão de forma ingênua, acreditando que a profissional freelancer só faz o que quer, na hora em que tem vontade. Falo por experiência própria. Trabalho em casa há sete anos, desde que minha filha, Ana Clara, nasceu. Fico feliz em poder levá-la à escola e ver de perto sua evolução na natação. Mas, para conseguir acompanhar seu dia a dia, muitas vezes preciso trabalhar durante a madrugada e também nos fins de semana. 

"A mulher que não está presa à rotina de uma empresa precisa ter consciência de que sua responsabilidade é ainda maior. Principalmente, se ela vive sozinha ou se seus ganhos são importantes para a manutenção do bem-estar de uma família", diz o psiquiatra Luiz Cuschnir, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Nem todo mundo consegue se adaptar a esse formato de trabalho. "

Freelancers precisam ser extremamente organizados e objetivos", diz Christian Barbosa, diretor executivo da Triad Consulting, especializada em produtividade. Também é preciso ser boa de finanças, para gerenciar os rendimentos, que variam mês a mês. "Quando a profissional consegue equilibrar a vida financeira, conquista uma nova forma de liberdade: a de escolher o trabalho que deseja fazer", diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi. Confira , a seguir, as histórias de três profissionais que trocaram a carteira assinada pela vida de frila — e não se arrependem.


Aprendendo a dar limites 
Quando a designer Adriana Bernardi (foto no cabeçalho), de 33 anos, trabalhava em escritório ela quase nunca via o marido. Agora, eles almoçam juntos praticamente todos os dias. Hoje, Adriana ganha mais do que quando era diretora de criação da Design Absoluto, cargo que ocupou até agosto do ano passado. 

"Posso escolher meus clientes e tenho mais tempo para pesquisar os temas", conta. Desde que pediu demissão, Adriana não ficou um mês sem trabalhar. Mantém um home office todo equipado na casa onde mora, em São Paulo, e confessa que a única dificuldade foi fazer as pessoas respeitarem seu espaço de trabalho. 

"Como fico em casa, todo mundo acha que estou sempre disponível. Mas fui aprendendo a dar limites e agora ninguém entra no meu escritório sem que eu dê permissão", afirma. Se o ambiente em casa fica agitado, ela pega o laptop e vai para o café mais próximo, na vizinhança. Como frila, aprendeu a se organizar e a administrar melhor seu tempo para entregar os trabalhos no prazo e curtir mais o marido.



Sem a ajuda da família não dá!A paulistana Carolina Vigna-marú, de 40 anos, já foi funcionária da iBm, mas preferiu ser frila porque pode administrar o próprio tempo — ainda que ela não pare um segundo. Carolina é coeditora de dois sites, edita um periódico online sobre artes, é colunista de uma revista e escreve livros infantis.


Também estuda alemão, faz faculdade de Belas Artes e consegue encontrar tempo para levar o filho, roberto, de 9 anos, à escola e a vários cursos. "o roberto nunca me interrompe quando estou trabalhando e me ajuda: arruma o próprio quarto e dá banho na cachorra", conta Carolina, que mantém um escritório em sua casa, em são paulo. no sábado, um dos seus dias mais atribulados como frila, é o marido, Alexandre, médico traumatoortopedista, quem assume tudo: da faxina à comida.


As últimas férias foram planejadas com 18 meses de antecedência. "Avisei a todos os clientes, deixei um colega de sobreaviso para qualquer emergência e fui, feliz!"






Sob a perspectiva emocional 
Com o psiquiatra Luiz Cuschnir


Como conciliar as demandas inconstantes da vida de frila com as demandas constantes da vida pessoal? não adianta querer separar o trabalho da vida pessoal. Esse formato serve justamente para integrar os dois lados.


A mulher precisa conviver com o fato de um dia ter que levar o filho a uma reunião ou usar o banheiro como refúgio para atender a um telefonema importante quando estiver em casa. Quem trabalha em casa tem de dar limites aos filhos para que eles não atrapalhem.


Como é possível fazer isso? Além de deixar claro que você não está totalmente disponível, tem de trabalhar a culpa de não poder dar atenção aos filhos o tempo todo. Ter espaços "profissionais", como um escritório ou uma bancada no quarto, ou fechar a porta para trabalhar vai deixar mais claro esse limite.




Sob a perspectiva financeira 
Com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi


Como a freelancer, cujo ganho mensal varia muito, pode organizar a vida financeira? Se a mulher tem renda 100% variável, ela vai precisar fazer um balanço dos meses bons e ruins e assumir realmente um padrão de vida compatível com o piso mínimo e certo que ela sabe que vai ganhar mensalmente.


Se receber um extra, ela poderá assumir outros compromissos, desde que pague tudo à vista. Além disso, deve poupar 5% por mês e colocar sempre num fundo de reserva. E no caso da freelancer casada com alguém que tem salário fixo?


O dinheiro dos dois deve ser colocado num bolo só e contabilizado como renda familiar. Os gastos mensais devem ser pagos com a parcela da renda fixa da família. A renda variável fica reservada, então, para as despesas variáveis, como o lazer.




Mais perto dos filhos
Quando o primogênito completou 1 ano, a promoter e produtora de moda carioca Claudia Mello, de 37 anos, recebeu um convite para trabalhar com carteira assinada e recusou.


Hoje, 11 anos depois, não se arrepende da decisão. "Optei por ficar perto dos meus filhos." O que não quer dizer que ela trabalhe pouco. Sua agenda varia de acordo com os horários de Matias e josé.


Às vezes, tudo se mistura e ela leva os filhos para uma reunião, ou carrega o notebook para uma festinha infantil. Em casa, fecha a porta do escritório para trabalhar, mas nem sempre funciona. "A empregada entra dizendo que acabou a água, os meninos vêm se queixar um do outro, e vira o caos! Mas com disciplina, termino contornando as coisas", garante.
MANUAL DA FRILA



• Crie uma carteira declientes inicial que permita a você empatar seus custos operacionais (telefone, transporte, material de escritório etc.).



• aparência conta. Abra uma firma e faça um site. Os clientes passarão a valorizá-la ainda mais. 

• aprenda a evitar calotes. Peça de 30% a 50% do valor combinado antes do início e assine um contrato. 

• identifique o período do dia em que você é mais produtiva e reserve para as tarefas essenciais. 

• defina indicadores e metas realistas e acompanhe-os todos os dias para se certificar de que estão sendo cumpridos e que você está produzindo.

• descubra o que é necessário para sinalizar a todas as esferas da sua mente que você está em "modo de trabalho". Para algumas pessoas basta vestir-se com a roupa que usariam para sair de casa e ir ao escritório. fonte: www.carreirasolo.org

Um comentário:

  1. Olá. Tudo envolve as nossas prioridades, levando-se em conta a qualidade de vida. Beijos e obrigada por sua visita.

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